quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O HUMANISMO SOLIDARISTA CONTADO AOS MEUS NETOS


Philippe Guédon


" Bem, se vocês estão aguardando uma sábia conferência recheada de
citações, temo que passem a conhecer, por experiência vivida, a palavra
“decepção”... Pois não é a minha praia – embora ame olha-la de longe – essa
freqüentada por quem soube acumular cultura em doses suficientes para fugir do
pedantismo e atingir o patamar da universalidade aberta.
Se eu conseguir, inda que pouquinho, despertar a vontade de esticar as
mãos e alcançar nas prateleiras os volumes de Norberto Bobbio, Padre Fernando
Bastos de Ávila, Frei Luís Maria Sartori, Dom Hélder, os Enciclopedistas que se
tornaram os pais das Revoluções do Século XVIII, os textos das duas
Declarações dos Direitos Humanos e da Carta das Nações Unidas, e de tantas
maravilhas mais que o engenho humano já produziu, está “bom demais muito
além da conta”, como me ensinou a dizer uma irmã das Gerais, antes de seguir
outros caminhos.
Eu sou um Humanista Solidarista. Creio que desde sempre, embora
somente tenha conseguido ir-me definindo esse rótulo com clareza a partir de
1.987, quando já estava bem adiantado nos meus anos cinqüenta. Alerto contra
os perigos contidos na rotulagem, por honesta e indispensável que seja; há que
se temer os perigos do engessamento nosso e da exclusão de outrém. Se eu sou
um Humanista Solidarista e você não é, ipso facto eu sou melhor do que você.
Vocês já leram isso em algum lugar, eu também, o que prova que pouco
inventamos de verdadeiramente novo com nossas traquitanas eletrônicas; se
duvidam disso, tentem vocês, jovens produtos da modernidade, ir para uma praia,
olhar as estrelas à noite (se a neblina da poluição deixar), e bolar teoremas de
geometria como filhotes de suas observações... "






Fonte : O H S contado aos meus netos



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