terça-feira, 12 de março de 2013

NUNCA TANTOS DEVERAM TAL DECADÊNCIA A TÃO POUCOS


(Philippe Guédon, reconhecida a inspiração do título em frase de Sir Winston Churchill)

Paulo Roberto Matos - então presidente do PHS e hoje defenestrado por seus parceiros - entregou o Partida aos seus novos Amigos com a cumplicidade de meia dúzia de três ou quatro ambiciosos dirigentes do Partido. Entregou uma História, suas expectativas, seus erros e acertos e os sonhos de 105.000 filiados a um grupo de três ou quatro profissionais da má política. Estes que compõem o malfadado Conselho Gestor Nacional do PHS.
    Sim, a Lei abria e ainda abre brechas.
    Sim, o TSE permitia e permite que ocorram absurdos sobretudo ao "aprovar" Estatutos que parece não ler.
    Sim, o DF oferece práticas cartoriais e administrativas mais amenas qua as adotadas pela maioria dos Estados. "Understatement".
    Sim, o golpe foi bem preparado (reparem que nem Júlio César - o original - escapou da facada pelas costas, e o Imperador era bom de briga. Mas logo Brutus, o próprio filho?), aproveitando todas as fraquezas geradas pelas circunstâncias e pela confiança fraterna.
    Mesmo assim, causa pasmo a constatação que 105.000 filiados, beneficiários há anos de práticas Solidaristas Comunitárias intensas (páginas eletrônicas transparentes, jornal mensal de circulação initerrupta, Formação permanente, recurso a plebiscitos, democracia interna operacional), tenha assistido, sem esboçar uma mínima reação, à transformação do PHS, Partido Humanista da Solidariedade  em Partido dos Homens Superiores, lá onde cinco pessoas (Paulo, Eduardo, França, Belarmino e Claudio) assumiram o poder total e impuseram o regime das trevas, sem atas, cursos, debates, contraditório, boletim, uso da internet e - pudera - plebiscitos. Tudo é centralizado, tudo é Brasília, tudo é culto da personalidade (e que personalidades!), tudo é cifrável, negociável, desmontável. É a era do Conselho Gestor Nacional (Politburo). Inconstitucional, aliás, pois todo partido deve zelar pelos princípios da democracia),
    Objeto de piada a nível nacional, o PHS teve de engolir o destaque dado por "O Globo" à uma frase lapidar de seu presidente: "Pode até ser imoral, mas não é ilegal". Já havíamos lido sobre raciocínio do mesmo padrão ético desenvolvido em outras plagas mas ver este mote importado pelo PHS é de lascar. E, novamente, o que mais doi, é o silêncio, a passividade, a OMISSÂO, dos 105.000 filiados. Quem arrastou o PHS na lama não foi ninguém de fora, foi o seu presidente, ao afirmar a base doutrinária sobre a qual alicerçava a sua administração. Driblado o Código Penal, pode tudo.
    Nada teria acontecido sem a minha impossibilidade de viajar para São Luís do Maranhão - caso pudesse, teriam levado a Convenção para o  Pico da Bandeira - e a detalhada esterilização das verdadeiras lideranças do PHS. Mas quem poderia prever a pasmaceira geral? A permissividade sem limites? O "me engana, que eu gosto" levado a tais píncaros?  Pois o poder maior do Partido era a Convenção Nacional. E se esta topou o monstrengo que é o Conselho Gestor Nacional composto com os QUATRO Príncipes da Nova Doutrina (Auto-Solidarismo) e reis do Dízimo, agora sem Paulo pois o quociente melhora 20%, vamos e venhamos, não pode dizer que não tem culpa no Cartório de Brasília.
    Como, de que maneira, por que, 105.000 se curvaram a tal ponto diante de apenas quatro, deixaram o Partido tornar-se nanico por vontade própria, de aluguel por "doutrina", merecedor de chacota por vocação, creio que nunca entenderei. Vejo diante de meus olhos figuras que sempre respeitei, algumas que admirei, e não posso deixar de avaliar que o nome do PHS atirado no valão só pôde acontecer com a sua permissão, por atos e omissão.
    Eu sempre achei que era tempo, ainda e sempre. Tempo do PHS constatar que não pode se reconhecer nessa lamentável caricatura de tudo que combateu: o nanismo moral, a centralização levada à potência N, o autoritarismo, o personalismo de parca inteligência, a mercantilização.
    Acordar é fácil. Basta querer. Como acredito na pessoa humana e no livre arbítrio, aguardo que a evidência abra os olhos mais embaçados. Se os que discordam se levantarem, perceberão que são legião, dominada por quatro tiranetes. Quando ecoará o CHEGA! do Oiapoque ao Chuí?
    Se alguém pensa que tenho interesse pessoal nesta história, lamento os argumentos que não permitem ilusões a respeito. 80 anos e 23% de capacidade cardíaca remanescente são afirmações da certidão de nascimento e do eco-dopler.  Paulo e seus companheiros o sabiam e deram-se bem ao derrubar quem mais não podia defender o Partido e ao isolar os poucos resistentes conscientes.
    Salvem o PHS, não por mim, que nada mais posso fazer em seu favor, mas por vocês, pelo Solidarismo Comunitário, pelo Brasil!

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