segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Quem escolhe afinal????

9 de janeiro de 2014.
Philippe Guédon

Amigos,

         A Tribuna de Petrópolis publicou, na sua edição de hoje, um artigo que escrevi sobre a falácia de serem os nossos mandatários representantes do povo. Quem os escolhe são os dirigentes dos 32 partidos que hoje atuam no Brasil, os eleitores são compelidos a irem escolher alguns dentre eles. E somente entre estes e ninguém além destes.
         A falência ética e operacional dos atuais partidos é que justifica a necessidade de criação da UDC assim com o eventual resgate do PHS.
         Reparem que Putin e Medjedjev (não garanto a grafia) foram eleitos de modo independente – sem partido – e que Sarkozy, na França, cogita em fazer o mesmo, sempre para não estarem presos a amarras partidárias. É possível a inscrição de candidaturas avulsas em 93% das democracias do mundo; no Brasil, somos todos reféns dos partidos, e no PHS, 4 (quatro) pessoas tudo decidem (vide Estatuto). O PSB acaba de deliberar que todas as questões regionais deverão ser referendadas pela Nacional...
         Tudo bem, mas e a Constituição? Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Só que os representantes não são do povo e sim dos partidos, e o exercício direto do poder é regulamentado em Lei, mas rechaçado por todas as instâncias e poderes.
         Esta é a luta dos democratas, ou a Constituição permanecerá letra morta. Como o Congresso é constituído pelos partidos, entregar o debate ao Parlamento é colocar a raposa para cuidar do galinheiro.
         Adoraria debater eventual contraditório ao meu modo de ver as coisas. Entendo patavinas de leis, mas conheço militância comunitária, vida partidária e a prática da administração pública. E já sofri com a visão da Justiça Eleitoral, que diz aprovar estatutos quando apenas autoriza o registro do texto que não lê. Por que diz que APROVA? Ou muito me engana, ou esta é a bandeira confusa erguida pelas ruas em junho passado: os representantes eleitos representam direções partidárias que são perenes (10, 20, quando não 30 anos!) mas nunca, jamais, o POVO. Este não é representado por ninguém, embora já tenhamos 32 partidos.
    

Nenhum comentário:

Postar um comentário